Dellecher C. Conservatory

O Conservatório Clássico Dellecher, uma renomada instituição de artes frequentada pela elite, é famoso por seu certificado, comparado aos desejados bilhetes dourados de Willy Wonka, garantindo admissão em qualquer sociedade artística. Espalhado por cerca de vinte hectares na borda leste de Londres, destaca-se pela imponente mansão de tijolos vermelhos conhecida como Dellecher Hall, que se ergue majestosamente sobre uma colina íngreme, com vista para as águas escuras e serenas de um lago.Os alojamentos e o salão de baile ocupam os quarto e quinto andares, enquanto salas de aula e escritórios estão distribuídos nos segundo e terceiro andares. O piso térreo é subdividido em refeitório, hall, biblioteca e conservatório. Na extremidade oeste, destaca-se uma capela, e na década de 1960, o Fine Arts Building (FAB) foi adicionado ao lado leste do Hall. Este edifício abriga o Teatro Rowan Dellecher e a sala de ensaios, conectados por um pequeno pátio e uma intricada rede de passarelas corbeladas.A mansão abriga estudantes de sete cursos distintos, cada grupo exibindo características únicas. Os estudantes de teatro, sempre os mais barulhentos e inclinados ao riso. Os de música instrumental e coral mantêm uma divisão aparente, perpetuando a ideia de serem os mais complacentes e inacessíveis. Os dançarinos são graciosas criaturas subnutridos que lembram cisnes. Os estudantes de artes plásticas são facilmente reconhecíveis por cortes de cabelo pouco convencionais e roupas constantemente manchadas de tinta. Os linguistas se comunicam predominantemente em grego e latim, enquanto os filósofos, embora excêntricos, são os mais divertidos, e tendem à encarar cada conversa como um experimento social.

No curso de teatro, anualmente, mais da metade dos estudantes, cujo desempenho é considerado insatisfatório, são eliminados do programa, tornando a sobrevivência até o quarto ano uma prova não apenas de talento, mas também de pura sorte.No desfecho, apenas sete alunos, notáveis por seus nomes - Archibald, Adeline, Lucien, Oliver, Calliope, Ophelia e Edmund - permanecem. O quarto ano na Dellecher é caracterizado por tragédias e peças históricas, com o privilégio de residir em um lugar de nome pitoresco, o "castelo" – não realmente um castelo, mas um pequeno edifício de pedra que por acaso tinha uma torre, o que adiciona um toque misterioso ao ambiente acadêmico.Cada ano letivo na faculdade é marcado por diferentes ênfases artísticas: o terceiro ano destaca-se por romances e comédias, enquanto o segundo ano concentra-se em figurantes, e o primeiro ano é designado para trabalhos nos bastidores, construindo uma sólida formação que prepara os estudantes para os desafios progressivos da academia artística de Dellecher.[…]A trupe, meticulosamente treinada e dramaticamente reduzida, desempenhava um papel indispensável na prestigiada companhia de teatro. Nosso trunfo teatral compunha-se de uma eclética mescla de talentos:Lucien, um monólito de um metro e noventa, personificava o poder em estado puro, com sua figura esculpida em concreto e uma voz profunda e eletrizante que eclipsava qualquer outro som na sala. Se destacava em papéis de déspotas e tiranos, emanando uma presença imponente que impressionava e amedrontava o público.Calliope, mestre na arte da sedução, era um sonho carnal com curvas viçosas e pele acetinada. Sua presença magnética capturava a atenção de todos, independentemente do que mais estivesse ocorrendo, gerando um fascínio irresistível.Archibald, o conquistador de corações, personificava o herói por excelência, enfrentando seus próprios demônios e acrescentando complexidade às suas performances envolventes. Adeline, personificava a ingenuidade e a mocinha comum, assemelhando-se a uma boneca de porcelana, conquistando a simpatia do grupo com seu instinto protetor.Em contrapartida, encontrávamos Edmund, o eterno vilão, habilmente mantendo essa imagem e deixando uma marca indelével como antagonista. Ophelia, difícil de categorizar, destacava-se pela versatilidade, encaixando-se perfeitamente em qualquer papel, tanto dentro quanto fora do palco.Por fim, Oliver, o amigo confiável, leal e de bom coração, disposto a tudo para proteger aqueles que ama. Apesar de duvidar de seu próprio potencial, destaca-se como o único que evita os holofotes, não buscando a disputa por atenção no palco. A trupe, com sua diversidade de talentos, assegurava que cada apresentação fosse uma experiência teatral singular e memorável, transcendendo os limites do comum.Os sete estão acostumados a desempenhar os mesmo papéis no palco e na vida cotidiana: heróis, vilões, tiranos, sedutoras, donzelas e figurantes. No entanto, quando o elenco é reconfigurado e os coadjuvantes assumem o destaque, as peças de teatro começam a se entrelaçar perigosamente com a realidade. Será que, nesse jogo de mudanças, amigos podem se transformar em inimigos?